A importância da prevenção e diagnóstico precoce na saúde auditiva.
O que fazer para prevenir a perda auditiva precoce e a importância do diagnóstico precoce para um bom prognóstico. A audição é um dos sentidos humanos mais utilizados – e também mais menosprezado, com relação aos cuidados. É difícil pararmos para pensar o quanto somos dependentes dela, até que uma perda ou dificuldade em ouvir aconteça. Diferente da perda de visão, as pessoas que sofrem com a perda auditiva se deparam com situações de muita dificuldade em tarefas simples do dia a dia, como seguir uma conversa sem esforço, participar de situações sociais, falar ao telefone, ouvir música ou TV. Cansaço, aumento do nível de stress e doenças associadas são consequências muito comuns, além de isolamento social, que pode chegar até a depressão.
Sentimentos como raiva e intolerância de pessoas próximas a quem vive com essa dificuldade são comuns e ainda existe muita e discriminação com relação ao uso dos aparelhos auditivos.
Você sabia que a diminuição da audição ao longo da vida é um processo natural? Geralmente ela começa a dar sinais a partir dos 60 anos, porém estudos comprovam que há um aumento na perda auditiva em pessoas com menos idade.
Mais de 40% das pessoas entre 60 e 69 anos tem perdas auditivas significativas e esse número sobe para quase 90% na população com idade superior a 80 anos.
É estimado que mais de 1,95 bilhões de pessoas tenham mais de 60 anos no ano de 2050, o que representará 21% do total da população. E dados atuais mostram que o número de adolescentes, entre 12 e 19 anos, com perda auditiva aumentou em 30% nos últimos 15 anos.
Um estudo comprovou que 35% das pessoas que possuem perda auditiva tem grau de perda leve e destes menos de 5% usam aparelhos auditivos. Muitos estudos mostram que pessoas com perda leve tem 2 vezes mais chances de desenvolver a demência, com perdas moderadas tem 3 vezes mais chances e com perdas severas tem 5 vezes mais chances
Ouvir música forte com fones de ouvido num volume muito alto, falta de cuidados com audição em locais muito ruidosos, a falta e o não uso dos equipamentos de proteção auditiva no trabalho são alguns dos fatores que mais contribuem para isso.
E há estudos que mostram a correlação da diabetes e obesidade no processo de ensurdecimento.
Em 2013 uma pesquisa analisou entre 1974 e 2011 a correlação entre a diabetes e a perda auditiva e concluíram que pessoas com diabetes tem o dobro de chances de ter perda auditiva com relação aos que não possuem diabetes.
Apesar de não tem um link específico entre a perda auditiva e a demência, tem sido observado que o aumento da carga de trabalho mental e o isolamento social que a perda auditiva causa, são fatores contribuintes para a demência. Entretanto há o benefício potencial no uso contínuo dos aparelhos auditivos na preservação ou mesmo na melhoria das habilidades cognitivas, sendo assim o seu uso não é apenas uma opção, mas uma arma na prevenção para doenças cerebrais cognitivas que são permanentes. Por isso, prevenir, ou seja, evitar exposição prolongada a sons fortes, utilizar protetores e equipamentos de proteção em ambiente de trabalho quando determinado, manter uma dieta e uma vida saudável para não vir a ter diabetes e obesidade ajudam a prevenir uma situação de perda auditiva. Avaliar a audição também é uma forma de cuidado, tanto com este sentido como com a saúde de um modo geral.
E para aqueles que possuem uma perda auditiva detectada, procure conhecer sobre a tecnologia disponível hoje. Quanto mais cedo a busca por um tratamento, menores serão os efeitos da falta de audição para a sua saúde e qualidade de vida.