Às vezes acho engraçado quando alguém me pergunta o que estou fazendo e digo que sou coach, sempre rola um comentário sarcástico ou inocente do tipo: Fulano também é coach agora né?; Todo mundo quer ser coach!; Então você continua trabalhando com treinamento? E por ai vai. A verdade é que a maioria não faz ideia do que seja um coach e nem para que serve. Hoje na aula do curso de Graduação em Administração me pediram para falar sobre o coaching, analisando um artigo do Sebrae de São Paulo, bem atual mesmo, e foi legal trazer para o meio acadêmico esta desmistificação do termo, da metodologia, de algumas abordagens e cases sugeridos, até me emocionei quando um dos meus colegas, que fez coaching comigo há dois anos, me surpreendeu se incluindo na apresentação como um processo que o ajudou muito em sua vida, confesso que fui pega de surpresa! Geralmente não falo quem são meus coachees, temos um contrato psicológico de sigilo sobre o processo, a não ser que eles queiram tornar público, alguns não contam nem para as famílias justamente para não gerar cobranças.

Então estou aqui para falar um pouco sobre o que é. A palavra Coach tem origem numa cidadezinha da Hungria, chamada Kocs, onde fabricavam as melhores carruagens para transporte de passageiros e encomendas. Nada a ver não é? Mas tem um sentido, eram as melhores carruagens da região, levavam passageiros nobres de um lado a outros com segurança e conforto, ou seja, saiam de um estado atual(EA) para um estado desejado(ED), exatamente o que o processo de coaching faz.

Mas o termo mesmo, surgiu na área de esportes, ouvimos muito isso dos americanos, sobre coaches esportivos, de vez enquanto um atleta dá uma entrevista e cita seu coach, geralmente são direcionados para alta performance.

Na Inglaterra o termo era usado para professores que ensinavam os filhos dos nobres, não existiam escolas como hoje, só quem podia contratavam um tutor ou coach para educá-los e encaminhá-los em suas vidas de acordo com a classe social, eram pessoas reconhecidas e muito importantes. Alexandre “o Grande” tinha como coach sabiam? Ninguém mais ninguém menos que Aristóteles, seguidor de Sócrates, alguém lembra do filme? O questionava o tempo todos sobre as melhores estratégias para suas grandes conquistas.

Sócrates e sua Maiêutica, falava do parto da idéias, que as respostas estavam no interior de cada um, que os questionamentos interiores, lembrando a frase famosa “Conhece a ti mesmo”, possuíam o poder de libertar o potencial humano, ou seja, de parir o conhecimento, trazer à luz, a resposta que buscamos está ali quietinha, esperando ser chamada e, para “O chamado”, temos o coaching com uma metodologia baseada em filosofia, psicologia positiva, terapia cognitiva, ferramentas de gestão estratégica e de negócios. Pode ser aplicado no ambiente corporativo, para a vida, carreira e negócios. Um visão positiva do ser humano, focando no que é bom, soluções práticas buscando a auto-realização que é diferente da busca incessante por sucesso, afinal sucesso é muito relativo para cada um.

E como diriam alguns de meus amigos com humor ácido, como os tenho graças à Deus! Alguns são extremante críticos: Agora tem coach para tudo…! Mais ou menos, ao final das contas o coaching é uma metodologia com ferramentas, só que aplicada em áreas diferentes, o problema são essas combinações de coaching com terapias, procedimentos, sugestões astrais e por ai vai. Nesses casos não é coaching e sim algumas técnicas que são inseridas em outro âmbito que seja um psicólogo, um psicanalista, um terapeuta de alguma área que use algumas técnicas para ajudar seu paciente. Um processo de coaching tem princípio, meio e fim, tem meta, objetivos a serem alcançados e, como diria o filósofo Luiz Felipe Pondé aspeando “uma terapia breve” com foco em resultados mais significativos de curto prazo e puntuais. Sempre digo que o coaching não faz mágica, dependemos mais do coachee do que ele de nós, a meta é dele, o processo é dele, mas quando se dispõe a experimentar e entram com garra é incrível como uma mágica acontece.

Teremos outros artigos sobre os “tipos” de coaching e tals, gosto de esclarecer essas diferenças, afinal defendo uma profissão que escolhi para desenvolver e que não existia há menos de 10 anos, as sociedades e associações estão buscando a regularização mas ainda será um processo lento como para tudo que é novo. É normal que existam dúvidas e como dizem por ai: “São as perguntas que movem o mundo e não as repostas” concorda?

Imaculada Souza
Coach de Carreira

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